Ontem saí da escola feliz.
Os meninos do 1º ano, até há uns dias atrás, reclamavam por estarem fartos de poesia, poesia e mais poesia. E por mais que lhes dissesse que a poesia tem a sua beleza, eles já não tinham grande paciência para me aturar.
Passamos para a poesia contemporânea e resolvi dar-lhes alguma liberdade: seriam eles a escolher os autores que vamos estudar.
Mais uma reclamação, como podem imaginar. Que isso dá muito trabalho, que a professora é que tem de escolher, que para eles é igual.... E por aí fora.
Lá insisti e "obriguei-os" a fazer uma escolha.
Pois muito bem, uma aula passada e um dos alunos decide que, uma vez que ele escolheu Manuel Alegre e o Manuel Alegre ainda está vivo e carregadinho do mediatismo a que uma eleição o sujeitou, poderíamos convidá-lo a visitar a nossa escola e a ser, ele próprio, a explicar-nos a sua poesia.
Pois muito bem, eu fiquei muito satisfeita com o entusiasmo da turma e faremos o convite ao Exmo Sr. Manuel Alegre. Se é para manter os alunos motivados, então que seja.
Passamos então para o 3º ano.
E por que reclamam os meninos de 3º ano?
Pois bem. Reclamam porque eles são é músicos e que os obrigam a perder tempo com outras disciplinas e que eles sabem falar português e que não precisam de saber o que raio aconteceu há mais de 5 séculos atrás.... E por aí fora...
Ora ontem, não sem antes dizer que não sabiam e que não eram capazes, lá consegui pô-los a analisar um poema.
Qual não é o meu espanto quando se inicia uma competição: quam analisa mais depressa e melhor.
É ou não é razão para eu estar feliz?
Eu acho que é.
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