segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Li algures que cada vez que uma relação termina, é absolutamente necessário fazer o seu luto. Caso contrário tudo ficará por resolver (se houvesse possibilidade de resolver o que quer que fosse, se calhar a relação não teria chegado ao fim, mas isso é só a minha opinião).
Algum fundo de verdade existe nesta ideia. Ainda que não tenha nada a ver com esta etapa da minha vida, esta ideia fez-me reflectir um bocado e é um facto que, a uma certa distância, consigo identificar as coisas boas de cada pessoa com quem me fui cruzando.
A saber:
- comprometido (ou com mais qualquer coisa que ocupe a sua "vida"; assim garante-se que haverá sempre espaço e tempo higiénicos);
- com qualidades gastronómicas (tenho saudades do melhor arroz do mundo ou do gaspacho);
- com capacidade para surpreender (com imaginação suficiente para nos levar ao outro lado do mundo, para nos fazer voar, para nos contar a história mais extraordinária e mesmo assim manter a nossa atenção);
- com paciência para trazer café matinal à cama (apesar do sermão que vinha sempre atrelado, era simpático acordar com o cheiro do café);
- com paciência para ler histórias (é bom adormecer ao som de uma história, em alternativa aceitam-se festinhas na cabeça);
- com dotes musicais (há os encantadores de serpentes e os que têm a capacidade de acalmar os outros ao som da guitarra, do piano... para os menos dotados equivale a ouvir a nossa música);
- entre outras....
A todos os que estão a dizer que isto é sentimentalismo, saudosismo, masoquismo, loucura ou simples carência, os psicólogos respondem que isto se chama fazer o luto de tal forma que a distância nos permita ser objectivos.
Não sei qual a opinião que devo considerar.... Para já chamo-lhe recordações.
De facto, perceber o que mais nos agradou em cada relação, traz algumas vantagens.
Desta vez vou deixar o exagero de lado, basta uma ou outra destas características (sendo que a ordem não é totalmente aleatória).
Procura-se....

Sem comentários: